domingo, outubro 09, 2005

Chuva

Hoje, dia de eleições para as autárquicas, chove e ainda bem!!! Faz muita falta.
E é capaz de ser bom sinal para a cidade. Os eleitores vão escolher bem.

sexta-feira, outubro 07, 2005

saudades.


Esta carta no Blogantes fez-me chorar. Dedicada ao António que não conheceu o pai.

Sorris quando me vês. Estendes-me os braços e eu envolvo-te no meu colo. Beijo-te os olhos, as mãos, as bochechas...Embalo-te e canto-te enquanto me escutas, atento, os teus olhos fixos nos meus, muito abertos.As tuas mãos procuram o meu rosto e tocam-no, sentem-no. E eu sinto-te.Deito-te no meu colo e afago-te o cabelo, enquanto te adormeço com o calor do meu corpo.Sinto a impotência de não te poder dar tudo o que mereces, o que precisas. Porque ninguém vence a Morte.Vejo os olhos do teu pai quando me sorris com os teus e deixo as minhas lágrimas molharem as tua pequenas mãos. Elas são o beijo que ele nunca te pode dar.Quando cresceres, vou sentar-te no colo e contar-te muitas estórias dele. Vou mostrar-te os sítios onde brincávamos, as casas onde vivemos. Aqui foi onde ele caiu da bicicleta, aqui era onde ele apanhava as pedras que escondia debaixo da cama sem a avó saber... Vais saber como ele andava feliz quando soube que ias nascer. Como ele escolheu o teu nome.Como está vivo através de ti.

quinta-feira, outubro 06, 2005

"Ùltima Ceia"


Este foi o título dado pela pessoa que me mandou a foto.

terça-feira, outubro 04, 2005

Apresentação do livro Fruto Oblíquo

No sábado, a poesia casar-se-á com a amizade na apresentação do livro Fruto Oblíquo da minha amiga Gilda de Vasconcelos, momento a fruir às 18,30 horas, Palácio Beau Séjour, Estrada de Benfica, 368, Lisboa. Será sublime, garanto eu e todos os que conhecem a poesia e o encanto da autora.
Retirei este texto do blog do nosso comum amigo Xicuembo, com ligeiras alterações.

Eclipse - 1


Como não quero que "falte" nada aos que não viram o eclipse de ontem!!!
Não é minha mas como andamos a precisar de um pouco de humor...

segunda-feira, outubro 03, 2005

Memórias de África

Façam o favor de ir ver o blog Memórias de um caçador em África. E de deixar lá as vossas impressões. Interessantissimo.

domingo, outubro 02, 2005

Eclipse Solar


Portugal na rota de um Eclipse solar anular
Na manhã do próximo dia 3 de Outubro, terá lugar um eclipse anular do sol, cuja faixa de anularidade passará pelas regiões do Minho, Trás-os Montes e Alto Douro. Em Lisboa e no resto do país, o eclipse será parcial.Como vem sendo habitual por ocasião destes fenómenos, o Observatório Astronómico de Lisboa (OAL) colocará à disposição do público interessado instrumentos de observação através dos quais o eclipse poderá ser observado em segurança, com o apoio e esclarecimentos necessários a serem prestados por monitores experientes. Nas instalações do Observatório encontrar-se-ão também astrónomos que esclarecerão o público presente acerca do fenómeno em curso.
Para além destas acções, estará patente uma pequena mostra de material bibliográfico e arquivístico do OAL referente à observação de eclipses solares, cobrindo um período de 1860 a 1919. Serão também efectuadas visitas guiadas ao grande telescópio equatorial Repsold de 7 metros de distância focal, que em tempos passados foi empregue, entre outros trabalhos, na observação de eclipses solares. As observações terão início a partir das 8:30, estando o início do eclipse em Lisboa previsto para as 8:38 (máximo do eclipse às 9:53, e fim às 11:17). As restantes actividades serão realizadas a partir das 9:00, terminando às 11:30. Todas estas acções decorrerão no Edifício Central do OAL e suas imediações. A entrada é livre.

Foto e artigo retirados de aqui

quinta-feira, setembro 29, 2005

Faro...







Faro - Ria Formosa e o mar lá ao fundo.
Set 2005

quarta-feira, setembro 28, 2005

segunda-feira, setembro 26, 2005

A bela e o Monstro


A BELA E O MONSTRO
Vista do Espaço, a "Rita" é de uma beleza única. Mas visto da Terra, o furacão com nome de mulher traz consigo um enorme poder de destruição.
Copiado da Página da RTP
Editado a 28.09.05 para acrescentar uma nota sobre os nomes dos furacões.

Dicionário da pintura portuguesa

Vale uma visita. Tanta pesquisa, tantas horas gastas merecem os meus parabéns.
Com mais vagar vou linká-los

DICIONARIO DA PINTURA UNIVERSAL 1º VOL


DICIONÁRIO DA PINTURA UNIVERSAL - 2º VOL.

sábado, setembro 24, 2005

E hoje falo de futebol...risos

Hoje defrontaram-se, futebolisticamente falando, os dois clubes de eleição cá de casa, o FCP e o CFB. Sim, a nossa cor favorita é o azul. Ganhou o meu FCP, mas o meu pastelinho de Belém, já o esperava...

E viva o CFB

Uma idade bonita
Um dia em que o céu ainda é mais azul.

quinta-feira, setembro 22, 2005

quarta-feira, setembro 21, 2005

Candidatos à autarquia de Faro

















Ontem estive a vê-los na RTPN. E só me ficou na memória que todos "devem ser uns aldrabões". Porquê? Passaram o tempo a chamar isso, uns aos outros... Sendo assim desistam já antes de irem fazer mais mal à cidade.

Junto umas fotos acabadinhas de tirar ao lixo que está mesmo em frente à minha casa.
Os carros da recolha do lixo passam todos os dias uteis, por volta das 00.30 horas, aqui na minha rua, e como deixam o lixo dentro e fora dos caixotes, e fazem um barulhão enorme, estou desconfiada que eles só vêm para estes lados para acordar os bebés do prédio. Será?

Agora a sério: Mandem já limpar/lavar os caixotes de lixo desta linda cidade e limpar os passeios. Por favor.

terça-feira, setembro 20, 2005

Umbigo migratório

Copiado com a devida vénia, do Xicuembo.

“Primeiro devo dizer-vos que de migrações pouco sei além das minhas, algumas foram, e delas passo a contar.

Andava na antiga primeira classe, na Covilhã, quando os meus pais decidiram migrar em perseguição do sonho africano, crendo que a assunção do mito do império nos daria uma vida mais distante da modéstia do dia-a-dia sempre curto. Era a esperança noutro viver.

Há erros que vêm por bem, e por via desta ilusória rota das caravelas eu e minha irmã recebemos o bafo de África, quente, terno e sensual.

Essa foi a minha primeira migração, e por ela cresci como enxerto colonial na frondosa árvore africana.

Quando acreditava que conseguia escalar todos os seus ramos, e no mais alto faria o meu ninho, um dos grandes ciclos da História faleceu de caduco e, no seu ruir que gerou vagas impiedosas ao pormenor humano, eu migrei novamente.

Regressei a este Norte que vi e bebi como gélido, reconstruindo-me nesta pele que então vesti, encasacada em tanto que me era estranho, hostilmente diferente da tropical sedução que abandonara.

Como a idade era outra, e da troca não entendi vantagens que fossem além duma mítica segurança, a minha segunda migração teve dores que ainda hoje me murmuram saudades doutro que fui.

Cresce-se, acasala-se, ambienta-se. Nas dúvidas inventam-se certezas. No amadurecer descobrem-se seivas que ajudam a sorver o quotidiano.

Do bi-migrado constrói-se o integrado; mas quando os dias empalidecem e as noites correm lentas, os olhos encontram na memória cantos e cantares que não morreram.

Da árvore que trepei, sonhando o cimo da sua copa, sobra em silêncio uma lágrima que não a esquece.

Por vezes costumo dizer, a título de desabafo apressado aos que me questionam sobre a minha dualidade de sentimentos – europeu por nascimento e posterior adopção, africano por vivência e paixão, que quem foi beijado por África nunca de tal beijo se esquece.

Eu não fui beijado, foi mais profundo. Fui seduzido em corpo e emoção, e desse amar violento guarda a memória carícias de que não me evado nem emigro, é tão envolvente como o é uma paixão.

E que se vive no remanso do silêncio, até um dia…

Quando pensava que o ciclo estava completo, e as cãs induziam a um manso Outono, nasceu a terceira migração.

Evadi-me ao quotidiano, despi-me de mantas e de anos e renasci noutro, sendo que dele não houvera prévia noção.

Pela palavra reconstruí-me e nela encontrei novo abrigo, viajei dentro de mim e saltitei feliz na sua construção. Migrei para um mundo novo onde a árvore é tão bela e tão frondosa, que leio-me incapaz de dela colher todos os seus encantos. Sonhei-me ‘escritor’ e consegui alcançar o ramo de ‘autor’.

Este é o meu terceiro país, de todos o passaporte que beijo com mais calor, pois nele coexistem os outros e todos os mais que eu queira, reais ou imaginários.

É finalmente a árvore cuja sombra me dá descanso, são as folhas que me cobrem e afagam os frios da vida, os frutos que alimentam o já premente empalidecer.

É este o meu mundo. Migrei para a palavra e nela leio a minha nacionalidade, nela recrio e releio todas as outras do passado. Migrando pela vida, construí a minha realidade.

Entre outros significados, o dicionário aponta à palavra ‘migração’ o de: “viagem de dois sentidos, feita por certos animais em épocas periódicas e regulares”. Acho que cumpri a definição.

Sem deixar para trás traições ou desamores, completei o círculo e por acidente histórico regressei à minha terra de origem, de onde migrara no tempo dos calções e dos joelhos esfolados. Finalmente, em construção escrita tracei passos e estendi carícias, nos seios da escrita alimento o respirar do ocaso.

Parecerá soberba, mas atrevo-me a dizer que pelas migrações realizei-me, e hoje e por elas reclamo lugar ao meu sorrir.

Termino com uma dúvida: vivemos nas ilusões que criamos ou, migrando nelas, recriamos o viver? ao encontro da nossa própria sombra, da nossa árvore?"

domingo, setembro 18, 2005

Uma nesga de olhar

5º lugar no Concurso de Fotografia de Faro "Património da Cidade"
Foto do mesmo autor da mensagem anterior. Foi tirada do miradouro da Sé de Faro e vê-se ao fundo um pouco da Ria Formosa.

Faro...

Largo de S: Francisco em Faro. Foto de António Ramos (Sepulveda) tirada daqui.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Faro-outra perspectiva


Copiada de um postal

Ermida S:Miguel - Faro 1

Para os que não sabem, como eu não sabia, onde fica encontrei este mapa. É a que tem o nº.27.
Aqui está o link com a nota explicativa/legenda. Um dia destes vou ver se a descubro...

Faro - Cidade velha e muralhas


A minha cidade adoptiva. As duas Ermidas das fotos anteriores estão em Faro.

sábado, setembro 10, 2005

Ermida de S.Miguel



Quando andava a ver se encontrava o nome certo da Ermida da msg anterior, num mapa falavam, duma Ermida de S.Miguel, na mesma cidade. Apesar de, conhecer bem a cidade em questão, desconhecia onde ficava situada...Nestes últimos dias fartei-me de fazer buscas na Internet, perguntei a amigos e nada. Através do IPPAR descobri a foto...

A ver quem descobre onde fica esta Ermida???

quinta-feira, setembro 08, 2005

Ermida da Nossa Senhora da Esperança

Ermida da Nossa Senhora da Esperança
Acreditam que não sabia o nome correcto?
Foto pessoal.

quarta-feira, setembro 07, 2005

Jersey Clipper


E aqui a foto do "barquinho"

Farense na regata Clipper Round World Race 05-06



Recebi um e-mail de um amigo que nasceu em Moçambique e que vive em Faro, que me deixou cheia de inveja. Da boa, note-se...

"Estou de partida.Amanha voo para Liverpool de onde no dia 18 larga a Clipper Round World Race 05-06 onde vou ter o imensso prazer de estar a participar.
O barco em que vou participar é o Jersey Clipper que por acaso é o detentor da vitoria na regata anterior.Se quiserem espreitar ou dizer alguma coisa vão ao site www.jerseyclipper.com.
Podem também acompanhar a regata através de
www.clipper-ventures.co.uk que são os organizadores da regata ou ainda em www.sailing.org onde se passa tudo o que diz respeito a regatas."

Vamos acompanhar a viagem e dar uma forcinha?
Boas marés e melhores ventos para si. Os seus meninos vão todos sentir muito a sua falta, mas vão perdoar-lhe.

segunda-feira, setembro 05, 2005

Cão de guarda















Foto de ARH. Tirada na Doca de Faro.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Colmeal



Transcrevo estes artigos sobre Colmeal, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Qual será a verdadeira história? Porque é que os GNR incendiaram a aldeia e mataram alguns habitantes, como diz a "memória popular" na zona?

Artigo retirado daqui

Eram mais ou menos dez horas da manhã, quando os habitantes do Colmeal, concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, foram surpreendidos por uma força da GNR que os expulsou de suas casas e lhes confiscou os seus pertences. Estava-se a 8 Julho de 1957. Quarenta anos volvidos no meio de todo o abandono a que ficou votado, e do elevado estado de degradação dos edifícios, o Colmeal serve de campo de pastagem dos animais daquele que se diz dono da aldeia. Mas há quem não esqueça esta injustiça.

E este daqui

Esta freguesia situada a 15 KM para Sudoeste do concelho é uma povoação “fantasma” desde os anos 50. É formada pelos lugares de Colmeal, Bizarril, Milheiros e Luzelos. A povoação com o antigo nome de “Colmenar” foi doada por Fernando II, rei de Leão em 1183 aos monges da ordem militar de São Julião do Pereiro. A freguesia pertenceu ao concelho de Pinhel até 12 de Julho de 1895. Em 1956 os habitantes desta localidade foram despejados das suas casas e fixaram-se em outras localidades do concelho.
No meio das ruínas pode-se admirar os destroços de um casa quinhentista que no topo do balcão, entre a porta e a janela, ostenta o brasão dos Cabrais. Supõe-se que terá pertencido a Pedro Álvares Cabral.
Na zona da “Quinta do Ruivo”, encontramos o Castelo de Monforte também conhecido por “Castelo dos Mouros”. Situa-se num alto, sobranceiro à confluência do rio Côa com a ribeira da Canada, num vale apertado. A fortaleza terá sido construída entre os séculos XII e XIII, pois a primeira referência a ela é feita no Tratado de Alcanizes.
Na pequena aldeia de Luzelos encontram-se ainda 4 esteios de pedra, dispostos ao alto em formação quadrangular, a que se chamava “tronco” e que servia para colocar lá os animais que tinham excesso de volume sanguíneo. Com um golpe no pescoço era retirado do animal o sangue considerado como necessário sendo posteriormente fechado com um alfinete de segurança. O sangue era distribuído pelos presentes e, depois de cozido, servia para a confecção de alimentos.
A capela de Luzelos é dividida em 3 naves. O altar-mor apresenta uma tribuna ao género maneirista. As 4 colunas, de fuste liso, negras, de ornatos dourados, assentando em mísula e rematadas por capitéis compósitos, enquadram uma tribuna alta e larga.


Este é daqui...

Figueira de Castelo RodrigoColmeal: a vila perdida de Pedro Álvares Cabral
Colmeal, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo (Guarda), é pátria do silêncio, fantasma, embora terra brasonada pelos Cabrais que descobriram o Brasil em 1500.
Silêncio apenas aqui reina, intercalado pelo muralhar das águas dos ribeiros, por entre ruínas, pedras informes, ervas daninhas e o velho palácio que ostenta a divisa de Pedro Álvares Cabral, de seus ascendentes e descendentes, mas só. É sede de uma freguesia sem ninguém, com São Miguel por orago, nas fraldas da Serra da Marofa e perto de 90 residentes e 67 eleitores distribuídos pelas "anexas" de Bizarril, Milheiro e Luzelos.
Em 1960 tinha 338 habitantes em 108 fogos, que hoje se resumem ao "nada" do despovoamento, de ruína, dos charcos e das ruas sem crianças nem velhos. Apenas regatos onde "cantam" rãs. Em 1183 o rei de Leão, Fernando II, quando estava em Ciudad Rodrigo (Espanha), doou a povoação aos monges de São Julião do Pereiro, ordem militar cuja sede se sabe ter sido em Cinco Vilas, no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, muito perto do também esquecido e arruinado Castelo de Monforte. A doação foi confirmada pelo Papa Lúcio II em Abril do mesmo ano, de acordo com o "Bullarium de Alcântara" (José J. Silva). Diz Júlio António Borges no seu "Roteiro Turístico do Concelho" (de Figueira de Castelo Rodrigo) que a freguesia era outrora conhecida por "Colmeal das Cebolas" dada a predominância deste produto agrícola na terra. Mas, diz-se também, que o nome terá provindo das suas colmeias de mel e cera. Era então conhecida por "COLMENAR". A aldeia de Colmeal, teve como donatários os Condes de Belmonte, "Cabral" de que subsiste o brasão alaranjado no portal principal da residência. D. Afonso V manteve a jurisdição da terra a Fernão Cabral, pai de Pedro Álvares Cabral, que a herdou de seu pai, Vasco Fernandes de Gouveia, designado em 1450 para "Alcaide" de Castelo Rodrigo. A agora "fantasma" freguesia teve Juiz de Fora de Pinhel, igreja matriz, forno, gente e o "Chafariz do Miradouro" de Pedro Álvares Cabral. Em 1434, D. Duarte concedeu "Carta dos Portos" de Castelo Rodrigo e Almeida a Vasco Fernandes Gouveia, cargo já desempenhado por seu pai, além dos direitos reais de Castelo Rodrigo (agora classificada como Aldeia Histórica), decisão também confirmada por D. Afonso V.
Resumindo: Colmeal passou a pertencer a Fernão Cabral e sua esposa, Isabel de Gouveia a partir de 19 de Agosto de 1476, data em que foi lavrada a carta de D. Afonso V dada em Torres Vedras para, como diz José J. Silva, "evitar qualquer impedimento que poderia surgir com a dádiva de Castelo Rodrigo ao Conde de Marialva".Tal como o "palácio " tudo está em ruína em Colmeal: a igreja dedicada a S. Miguel ainda resiste com um fresco parecendo representar Adão e Eva, o campanário, as ogivas, colunatas, contrafortes.
Fernão Cabral foi fidalgo da Corte, alcaide-mor de Castelo Rodrigo, Corregedor das comarcas da Beira e Riba-Côa, conhecido então como "Gigante da Beira" tal era a sua estatura física. O "reitor" de Figueira de Castelo Rodrigo, Padre Canário Martins, explicava no jornal "Amigo da Verdade" em Janeiro de 1981 toda a linhagem de Pedro Álvares Cabral e a sua ligação a Colmeal: "Toda a gente sabe que Pedro Álvares Cabral, o glorioso descobridor do Brasil, era filho de D. Fernão Cabral, alcaide-mor de Belmonte e de D. Isabel de Gouveia. Esta nobre senhora era filha do alcaide-mor de Castelo Rodrigo, João de Gouveia e de D. Leonor Gonçalves, irmã de leite de El-Rei D. Duarte. Por isso, na carta da capitania-mor e poderes que Álvares Cabral levou quando foi enviado às Índias por capitão, é chamado Pedro Álvares Cabral de Gouveia". E o padre descreve a casa dos "Cabrais" em Colmeal:
- "o que muitos ignoram é que ainda existe ao cimo de uma escada de granito com balcão, na verga da porta de uma casa completamente arruinada do Colmeal, é bem visível, o brasão dos Cabrais, que tem por armas, em campo de prata, duas cabras vermelhas possantes armadas de negro".
Tal como o "palácio " tudo está em ruína em Colmeal: a igreja dedicada a S. Miguel ainda resiste com um fresco parecendo representar Adão e Eva, o campanário, as ogivas, colunatas, contrafortes. As tumbas interiores estão esventradas. A erva, os arbustos, os ninhos das aves apoderaram-se da antiga casa de culto. Colmeal teve como Irmandades S. Sebastião e S. Miguel, foi "couto de homiziados" dado o despovoamento que sofreu com as guerras com Espanha, pertenceu ao concelho de Pinhel até 12 de Julho de 1895, quando passou a integrar o concelho de Figueira de Castelo Rodrigo. Guerra Maio, descrevia em 1945, Colmeal já a freguesia como localidade que "resume-se a 12 fogos e a 62 habitantes, e a paz em que vive é tão arcaica que não há ali caixa de correio, nem padre, nem regedor, nem sombra de autoridade, o que aliás não é preciso, pois jamais houve ali um desacato e muito menos um crime". Afirmava-se então que "há cinco anos que não morre ali ninguém e o abade de Freixeda vai lá, de tempos a tempos, dizer missa e na romaria incorpora-se toda a terra ao som do único sino da velha igreja, que badala sem cessar acordando o vale numa alegria festiva triunfal."
Colmeal definhou no tempo com o fim sofredor dos seus já parcos habitantes em 1956, quando forças da GNR deram ordem de abandono aos residentes, depois de acção judicial contra os próprios instaurada por novos donos que entretanto adquiriram a velha povoação. Homens, mulheres, jovens tiveram de escolher nova residência em algumas das terras que são hoje anexas da "fantasma" freguesia cuja Junta está sediada na também anexa Bizarril. Contudo, já em 12 de março de 1931 tinha sido proposta a extinção da freguesia por alegada falta de pessoas que, diz José Silva "soubessem ler e escrever, ser muito difícil organizar comissões de Juntas de Freguesia e nomear regedores. O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, Armando Lopes, disse à Agência Lusa nada poder fazer para recuperar e revitalizar esta "terra perdida de Pedro Álvares Cabral" por ser "quinta particular". O autarca não esconde o interesse histórico, cultural e tradicional da velha Colmeal, conhecida ao longo dos tempos por "Colmeal das Cebolas, Colmeal das Donas, Colmeal das Rolas ou Colmeal de Cimo-Côa".
Sem nada legalmente poder interferir em bens particulares "mesmo quando uma aldeia/quinta foi comprada por privados", Armando Lopes reconhece que Colmeal poderia ser mais um polo de turismo cultural em plena Serra da Marofa. Enquanto isso, sem monumentos classificados, crianças ou adultos, agricultura ou rebanhos, terreiros e festas, Colmeal continua a morrer e com ela uma terra da história e da vida de Cabral, talvez uma terra ainda por descobrir. O poeta Artur Gonçalves perpetuou assim a morte de uma terra:
- "Colmeal não é sede de freguesia/em realidade, porque toda a gente/que, há tantas décadas, ali vivia/p´ro Bizarril saiu, muito descontente".

José Domingos (Lusa)

terça-feira, agosto 30, 2005

Xicuembo-livro de Carlos Gil

Já falei antes deste livro. Recomendo a leitura deste artigo sobre a re-apresentação.

A minha Manena está curada

Acabei de receber o telefonema!!! Haja Deus.

Edito este texto para uma pequena explicação. A Manena é minha afilhada.

Manena

A minha afilhada, bebé de 2 anos e meio, hoje, vai fazer um exame no instituto de medicina nuclear, em Lisboa. Já não é o 1º. que faz, desde que lhe foi detectado um refluxo, aos 2 meses, de idade.
Temos a esperança que já esteja curada e que já não seja preciso tomar todas as noites o antibiótico, que ela diz ser para o xixi... Até a mana dela, com 6 dizia ontem: Ai era tão bom que a mana já não tivesse nada...
As crianças não deviam sofrer...

Morreu o Reitor de Castelo Rodrigo


Padre José Canário Martins
Nasceu em 1911
Faleceu em 2005
RIP

Reitor de Figueira de Castelo Rodrigo, Castelo Rodrigo
e Nave Redonda, desde os anos 40

Acabei de saber da sua morte, pelo Amigo da Verdade. Podem ler o artigo aqui.
Era uma pessoa muito querida para a minha familia. Era das poucas pessoas que ainda me conheciam, quando ia a Castelo Rodrigo.

domingo, agosto 28, 2005

Viagem Lisboa/Beira

Postal digitalizado...não sei a origem.

Embarquei em Agosto, no navio Império. Dia lindo, cheio de sol. Lembro-me que estava muita gente a despedir-se. A minha mãe tentou que eu tomasse um comprimido para o enjoo, com o navio ainda atracado... Eu detestava e deitei-o logo fora. E foi uma viagem que não esqueço.
Passámos pela Madeira, Cabo Verde, ao largo de São Tomé. Lembro-me que foram a bordo tentar vender uns pássaros lindíssimos. Depois Luanda, Lobito (não sei se estou errada) e Moçamedes, que me impressionou muito. Tinha chovido por lá e a cidade estava toda barrenta, por ficar mesmo ao lado de um deserto.
De Moçamedes, até Capetown, foi um divertimento completo para mim. O navio abanava por todos os lados, talheres, pratos tinham que ser bem presos e ás escondidas ia para a amurada a ver as ondas que ás vezes passavam por cima... A minha mãe e irmãos, na cama, enjoados, e nem sonhavam o que eu andava a fazer...
Depois de Capetown chegámos a Lourenço Marques, onde nos esperava o meu pai. Foi uma emoção grande.
O meu aniversário foi em alto mar e fizeram-me a surpresa de cantar os parabéns e apareceu um bolo lindo.
Ficámos uns dias lá e por fim a cidade da Beira onde eu ia ficar. Os meus pais iam para o interior de Moçambique - Espungabera- mais os meus irmãos...

--/--

Lisboa

Quando fui para Moçambique tive que ficar uns dias em Lisboa. Adorei.Fiquei na rua da Junqueira. Não podia ficar melhor. Tinha o rio ali ao pé. Anos depois trabalhei na Junqueira.
O navio tinha atrasado uma semana a saída e uma tia que vivia lá mostrou-nos o castelo, feira popular, zoo, museus, Cascais, Sintra...

Foto da Tatas, que nunca mais encontrei online.

quinta-feira, agosto 25, 2005

Gárgulas da Sé da Guarda


Transcrevo um comentário do "Snail" sobre uma das gárgulas da Sé da Guarda:
A figura que existe numa das paredes exteriores tem o nome de CU DA GUARDA. Trata-se de uma gárgula com a configuração de nádegas com o ânus aberto e voltada para Espanha.
Encontra-se no canto formado pela absidiola esquerda (a Sul), debaixo de um dos pináculos, mesmo junto a uma inestética escada de ferro que vem do telhado.
Desconhece-se de quem foi a idéia, mas sabe-se da inimizade entre os reinos de Portugal e Castela, quando D. João I deu ordem para se iniciar a construção do templo em 1390.
Julga-se que foi obra de algum canteiro e colocada quase que clandestinamente.
As coisas que os livros sobre cidades e viagens sabem...
Mas é mesmo verdade, porque eu já a vi...



E eu também...Passei lá tantas vezes, só que não me lembrava... Obrigada pela ajuda.
Deixo aqui uma foto para o comprovar. E deixo de outras.
E quem quiser saber o que é uma gárgula pode ir aqui

quarta-feira, agosto 24, 2005

A Ciber@vó - Livro de Joviana Benedito






A minha amiga Joviana fez-me mais uma vez a surpresa de me oferecer o seu último livro. Gostei tanto de o ler que o recomendo.

Podem saber coisas sobre os livros que já publicouaqui

sexta-feira, agosto 19, 2005

Guarda




A Guarda, cidade dos 5 Efes (Farta, Forte, Fria, Fiel e Formosa), fica localizada na província da Beira Alta, confinante com os concelhos de Celorico da Beira, Pinhel, Sabugal, Manteigas e Belmonte. Situa-se no último esporão Norte da Serra da Estrela, sendo a altitude máxima de 1056 m (na Torre de Menagem do Castelo), dominando a portela natural do planalto beirão. Corresponde à cidade mais elevada do país, com domínio visual dos vales do Mondego e do Côa.

Lá vivi 5 maravilhosos anos. É o sítio onde regresso sempre com prazer. Ida de uma aldeia onde não havia electricidade, nem água potável, senti que chegava a outro mundo. Já lá tinha ido outras vezes, mas só de visita.

Frequentei o colégio de freiras, na quarta classe e detestei. Pudera, menina habituada a andar á vontade… Não eram nada meigas connosco e eram muito elitistas. Se nos atrasávamos não queriam saber o motivo. Lá vinha o castigo e a chacota. Fiz questão de chumbar no exame de admissão ao liceu para não ter que continuar lá. Ainda hoje não esqueci…

Na escola comercial, que adorei, era um pouco protegida por que tinha lá os meus irmãos, que são mais velhos que eu. Havia dois edifícios e eu frequentei o da
mata. Quando nevava já sabíamos que íamos levar com bolas de neve, lançadas pelos alunos que estavam na escola velha, mas era divertido…

Aqui poderão ver o mapa do Centro Histórico da cidade. Eu vivia mesmo ao lado da Sé.

Deixei a cidade com 15 anos para ir viver para Moçambique. Tive pena de deixar os amigos, mas ao mesmo tempo muita alegria por ir reencontrar o meu pai.

quinta-feira, agosto 18, 2005

Cérebro fêmea

Fui visitar o blog dos meus amigos Lolita e Besugo e dei comigo a fazer este teste!!!

What Gender Is Your Brain?

Your Brain is 66.67% Female, 33.33% Male

Your brain leans female
You think with your heart, not your head
Sweet and considerate, you are a giver
But you're tough enough not to let anyone take advantage of you!

Mais uma foto de CR


Descobri esta foto hoje. "Gamei-a" com todo o prazer daqui

Vê-se a casa onde nasci,a igrejinha,a torre do relógio e as muralhas que via a toda a hora. Tenho saudades...eu que tenho a mania que não sou dessas coisas...

segunda-feira, agosto 15, 2005

Castelo Rodrigo







Nasci e vivi lá, até aos 10 anos, com muitas interrupções. A minha mãe,professora primária, todos os anos tinha que dar aulas numa terra diferente. Se algumas ficavam perto, outras não. E lá iamos, mãe e 3 crianças pequenas de Ceca para Meca...Quando fiz 7 anos foi finalmente colocada em CR e lá descansámos um pouco...
É uma aldeia linda, com uma paisagem espectacular e uns ares que fazem bem, mas, falta lá a minha família mais chegada. Pais, avós, tios, ( todos falecidos), e irmãos que vivem em África. Demasiado longe.

Não consigo lá estar muitos dias apesar de me orgulhar de ter lá nascido e ser a terra dos meus antepassados paternos. Aliás acontece o mesmo com a terra da minha mãe, Escalhão.
Lá, sentada nas muralhas do castelo, revivo tudo e são umas saudades, que não me fazem bem. Por outro lado só conheço meia dúzia de pessoas e algumas ficam tristes porque não me lembro delas e eu com vontade de fugir...


Seguem-se próximos capítulos, com fotos dos locais em que vivi/vivo.

domingo, agosto 14, 2005

Outro poema da São

Dorme dorme,
o teu soninho primeiro
não tenhas pressa de voar
porque a vida,
se encarregará de o fazer por ti!
Espera, olha,
verás quanta beleza á tua volta
e sonha, sonha,
no teu soninho primeiro,
o teu mundo
acaba de nascer,
e quanta beleza
neste teu sono primeiro!
Um beijo
São Percheiro
14 de Agosto

sábado, agosto 13, 2005

Cantinho da Saudade, de São Percheiro

Aconselho a leitura.



Me digam porquê?!

desta pressa

sem correr,

correm, passam,

olham sem ver...

Medo de parar,

de sentar

de escutar,

de estender a mão

indiferentes a tudo

à guerra,

à fome,

ao medo,

ao medo de dizer sim

a certeza de dizer não!


(Poesia de São Pecheiro)
Copiado daqui

Poema não anónimo


se ninguém perguntar nada

e os dias longos

acontecerem


se não houver amanhãs

só a névoa que brilha

construindo


se ninguém perguntar nada

eu caminho


Carlos Gil

Imagine

Imagine(Jonh Lennon)

Imagine que não haja o paraíso
É fácil se você tentar
Não há um inferno abaixo de nós
E acima de nós, só o paraíso

Imagine todas as pessoas
Vivendo o dia de hoje
Imagine que não haja países
Não é difícil tentar

Nada pelo qual se mate ou se morra
E nem religiões também
Imagine todas as pessoas
Vivendo a vida em paz...

Imagine que não haja posses
Fico pensando se você consegue
E nenhuma necessidade de ganância ou fome

Uma irmandade de homens
Imagine todas as pessoas
Partilhando o mundo inteiro...
Você até pode dizer que sou um sonhador

Mas não sou o único
E espero que algum dia você junte-se a nós
E o mundo será como um só

sexta-feira, agosto 12, 2005

Recreio da Malta


Mostrem aos mais pequenos esta página. É só clicarem nas imagens para terem muitos jogos para se entreterem nas férias..

Foto de Luís Rosa

quinta-feira, agosto 11, 2005

Fogos em Portugal


Esta foto foi tirada deste site da NASA. Vale a pena uma visita.

terça-feira, agosto 09, 2005

Sondagem da ONU

Uma amiga mandou-me este e-mail. Partilho-o!!!

A ONU resolveu fazer uma grande pesquisa mundial.

A pergunta era:

Por favor, diga honestamente, qual a sua opinião sobre a escassez de alimentos no resto do Mundo.

O resultado foi desastroso:
- Os Europeus do Norte não entenderam o que é "*escassez*".
- Os Africanos não sabiam o que era "*alimentos*".
- Os Espanhóis não sabiam o significado de "*por favor*".
- Os Norte-americanos perguntaram o significado de "*o resto do Mundo*".
- Os Cubanos estranharam e pediram maiores explicações sobre "*opinião*"
- O Parlamento português ainda está a debater o que significa "*diga honestamente*".

Aldeias históricas




Clicando aqui terão acesso a uma das muitas páginas, que falam das aldeias históricas. Para mim a mais linda é Castelo Rodrigo. :-D

segunda-feira, agosto 08, 2005

Rugas



Gosto muito do cd dos Humanos, e especialmente deste poema de António Variações

Rugas
Já começo a ter as primeiras rugas
Rugas
Começam-me a nascer as primeiras rugas
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Começo a franzir
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Rugas de sentir
Rugas…
Rugas
Já começo a ter algumas rugas
Rugas
Começam-me a nascer algumas rugas
Ruas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Começo a franzir
Rugas de chorar
Rugas de sorrir
Rugas de cantar
Rugas de sentir
Rugas...

domingo, agosto 07, 2005

Dia da Amizade e dos Faróis




Que todos os dias sejam com Amizade e que não nos falte um farol a iluminar o nosso caminho.7/05/2005

sábado, agosto 06, 2005

Hiroshima, nunca mais!!!





Haja Paz no Mundo!!!

O Japão assinala hoje os 60 anos da explosão da bomba atómica em Hiroshima, que matou 200 mil pessoas, destruiu esta cidade do sul do país e levou à capitulação nipónica na II Guerra Mundial.

O governo japonês aproveitou a data para pedir a eliminação total das armas nucleares através de um projecto de resolução que irá apresentar nas Nações Unidas.

Desde 1994, que o Japão apresenta anualmente perante a Assembleia-Geral da ONU projectos de resolução com o título "Um caminho para a total eliminação das armas nucleares".

No 60º aniversário das bombas de Hiroshima e de Nagasaki (75 mil mortos), Tóquio reviu a minuta que entrega anualmente, simplificando o texto e sublinhando a prioridade de restabelecer a confiança no Tratado de Não-Proliferação Nuclear.

No espírito deste novo projecto de resolução está a preocupação com o programa nuclear da Coreia do Norte, o único país que pode ameaçar directamente território nipónico com armas de destruição maciça.

Mas a voz e a experiência do Japão pouco têm conseguido em prol da não-proliferação nuclear. Pelo contrário, o recente fracasso da conferência de Tóquio e o pouco peso do país nas actuais negociações a seis com a Coreia do Norte mostram a fraca influência nipónica como máxima autoridade moral neste domínio.

Em melhor posição, o movimento ecologista Greenpeace aproveitou o aniversário de Hiroshima para, além de lançar um apelo a favor do desarmamento nuclear, advertir o governo japonês contra a tentação de criar material físsil que possa ser usado para fabricar armas nucleares.

Os céus de Hiroshima encheram-se sexta-feira com dez mil grandes balões em forma de pomba com mensagens de paz enviadas por correspondentes do movimento em 155 países do mundo em homenagem à memória dos que morreram nos bombardeamentos. Voluntários japoneses e estrangeiros, entre eles familiares das vítimas dos atentados de 11 de Setembro de 2001 nos Estados Unidos, concluíram quinta-feira a "marcha da pedra", que lembra os mortos de Hiroshima.

Na sua peregrinação de 600 quilómetros, estes voluntários levaram de Nagasaki a Hiroshima uma estela em pedra de 700 quilogramas em homenagem a "todos os civis desconhecidos mortos na guerra".

"Nós, norte-americanos, pedimos hoje perdão pelas atrocidades de 06 e 09 de Agosto cometidas contra os habitantes de Hiroshima e Nagasaki", disse, junto ao monumento, Andrea LeBlanc, cujo marido, Robert LeBlanc, morreu no segundo avião que explodiu contra as Torres Gémeas a 11 de Setembro de 2001.

Hoje cumpre-se um aniversário que 60 anos depois "continua a destruir o corpo e o coração das suas vítimas", explica Sunao Tsuboi, um dos últimos "hibakusha", como são conhecidos os sobreviventes de Hiroshima.

Muitos dos "hibakusha" afirmam terem sido vítimas duplas:
dos norte-americanos e dos seus próprios compatriotas, pela incompreensão que receberam depois da catástrofe.

Tsuboi, de 80 anos, vice-presidente da Confederação das Organizações de Vítimas da Bomba Atómica e de Hidrogénio, explica que naquela altura acreditava-se que a radiação era contagiosa e, por isso, as vítimas da explosão nuclear foram discriminadas. Eram olhadas de lado e ninguém lhes dava emprego.

A marginalização das vítimas era tanta que chegou a arruinar casamentos, pois dizia-se que as mulheres atingidas só podiam gerar filhos disformes.

Tsuboi tentou o suicídio com a namorada, depois da família desta o ter rejeitado por pensar que morreria cedo, mas os soníferos falharam e os dois acabariam mesmo por casar, ter filhos e netos, todos saudáveis.

"Nos primeiros 40 anos, os meus sentimentos foram confusos, com ressentimento, sofrimento, ódio e raiva. No entanto, nos últimos 20 tudo mudou.
Trabalhei com outras vítimas a favor da abolição das armas nucleares e aprendi que o rancor não resolve nada", concluiu Tsuboi.

Apesar dos anos que passaram, a decisão do presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, de usar bombas nucleares em Hiroshima e Nagasaki continua a dividir os historiadores entre os que falam de uma genial decisão militar e os que a apelidam de crime contra a humanidade.

A tese tradicional defende que o presidente Truman, uma vez na posse da bomba nuclear, testada com êxito em Julho de 1945, não tinha outra opção senão utilizá-la contra os japoneses.
Segundo cálculos militares contemporâneos, perto de 250 mil soldados aliados poderiam ter morrido em caso de invasão do território japonês, um tributo demasiado pesado numa guerra que já durava há seis anos.

No entanto, mesmo no Verão de 1945, os responsáveis dos Estados Unidos estavam divididos sobre o recurso à bomba atómica.

Sete cientistas do projecto Manhattan, nome de código do programa nuclear norte-americano, pediram que fosse dada uma hipótese aos japoneses de capitular.

O antigo presidente Herbert Hoover intercedeu pessoalmente junto de Truman para prometer aos japoneses que poderiam manter o imperador se o Japão capitulasse.

No entanto, para Peter Kuznick, historiador da American University, em Washington, os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki são "crimes contra a humanidade".

De acordo com Kuznick, a Administração Truman não tomou a decisão em função dos cálculos de baixas numa possível invasão, mas porque queria acabar com a guerra antes que a União Soviética pudesse participar na invasão do Japão, o que teria provocado problemas geopolíticos na Ásia do pós-guerra.

Num estudo publicado este ano, intitulado "Racing the Enemy: Stalin, Truman and the Surrender of Japan", o professor Tsuyoshi Hasegawa, da Universidade da Califórnia, defende igualmente esta tese, dizendo que a entrada iminente da União Soviética na guerra do Pacífico teria sido o factor decisivo para o bombardeamento de Hiroshima e Nagasaki.

Agência LUSA
2005-08-06 09:15:01

A indústria dos incêndios

Como este assunto não me deixa indiferente aconselho a leitura desta crónica aqui.

sexta-feira, agosto 05, 2005

quarta-feira, agosto 03, 2005

Traz outro amigo também




Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também

Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também

Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também


ZECA AFONSO

Há mais poemas aqui e aqui podem ouvir as canções.

terça-feira, agosto 02, 2005

segunda-feira, agosto 01, 2005

domingo, julho 03, 2005

Livro "Xicuembo" - Apresentação

“Algumas palavras sobre “Xicuembo”

Apresentação do livro Xicuembo, por Guilherme José de Melo

Não sei se estão lembrados daquela frase mágica com que abre a saga que George Lukas criou e se chama “A Guerra das Estrelas”. “Há muito tempo, numa galáxia muito, muito distante…” Exactamente.

Pois bem: quase me apetece dizer o mesmo a propósito do tempo dito colonial e tudo quanto o envolve. É assim, de facto, que a novíssima geração dos portugueses pensa quando dele ouve falar. Coisas que se passaram há muito (milénios, com certeza) em estranhas terras, com estranhas gentes. Como que numa galáxia muito, muito distante…

A verdade é que a literatura pós-25 de Abril não tem sido pródiga no que respeita a este tema. Não são muitos os escritores que nestas últimas três décadas se dispuseram a escrever acerca da vida que caracterizava o quotidiano nas antigas colónias de África. Mesmo sobre a guerra que as libertou – e que, quer se queira quer não, marcou de forma decisiva a sociedade portuguesa – não são muitas as obras vindas à luz do dia, como se pairasse ainda sobre a nossa criação literária uma espécie de vergonha, um anátema, um fantasma que tarda em ser definitivamente exorcizado. Quanto mais sobre o tempo que a antecedeu.

Bastaria, pois, o facto de “Xicuembo” ser um livro sobre esse tempo e, mais importante ainda, escrito por alguém que directamente o viveu, para fazer desta obra de Carlos Gil motivo para, de imediato, nos prender a atençaõ e o transformar num caso de leitura obrigatória em termos de grande público. Isto é: não só para quantos nas antigas colónias nasceram ou viveram, mas igualmente para todos aqueles que aqui nasceram e nunca de cá saíram e que assim terão uma oportunidade ímpar de saber o que foi de facto esse tempo que passou, que ninguém, naturalmente, lá ou cá, deseja que regresse (o tempo só volta mesmo para trás na cantiga do António Mourão, não tenhamos ilusões…), mas que é bom saber-se como era, como foi, o que significou e representou. De bom ou de mau, naturalmente.

Importa, antes de mais, sublinhar que o livro de Carlos Gil não é um livro saudosista – embora seja um livro de saudade. Saudade do cheiro bom da terra molhada depois que sobre ela tomba, como um rufar violento de tambores, a chuva quente de verão. Saudado do céu tinto de anil e fogo pelo Sol a desaparecer na linha do horizonte, como só mesmo em África acontece. Saudade do espaço aberto, da lonjura dos tandos infindáveis por onde o boi-cavalo galopa. Saudade do odor a maresia nas manhãs translúcidas da Polana ou Bazaruto. Saudade, sobretudo, da camaradagem simples e desinibida nascida entre as gentes, forjada no dia a dia da rua, das esplanadas, nos bailes das associações, nos jogos a céu aberto e campo raso. Algum dia os que nunca lá nasceram ou viveram poderão saber, conseguirão entender, o que isso é?

Mas o livro do Carlos Gil tem ainda outra particularidade notável. Muitas vezes, estes livros de memórias acabam por se tornar enfadonhos, para quem os lê, pela simples razão de que, quem os escreve, os faz duma forma que só a eles interessa. Ele não. Cada facto que relata, cada episódio que evoca, cada passo que recorda, é sempre, para o leitor que para estas páginas se debruça, uma deliciosa e apaixonante viagem por um mundo que não é só dele – mas de todos os que, como ele, um dia foram crianças, adolescentes, jovens, se fizeram homens e mulheres. Para todos os que, como ele, tiveram uma infância marcada pelos medos nocturnos, logo depois pelos húmidos sonhos que irão descambar no tempo do enamoramento e paixão, que deixaram a vida correr ora mansa e dolente, ora dorida, impetuosa, até ao momento decisivo em que, de repente, nos apercebemos de que não somos mais nós próprios que cavalgamos o corcel do destino, mas tão somente ele que consigo nos arrasta. É essa dolorosa oficina de viver que o livro de Carlos Gil reflecte e representa.

É evidente que, para quem nasceu em Moçambique ou ali viveu, ele tem um significado e um sabor redobrados, na medida em tudo lhe é – nos é – familiar: o Polana e o Scala, a Malhangalene, o palmar e a Beira, o céu abafadiço dessa Quelimane opulenta, o feitiço da velha ilha histórica, lá ao norte, a vastidão de Pemba, o mistério do planalto maconde. Essa é a carne, o sangue, os nervos subjacentes a todo esse pormenorizado relato de uma vida – a sua – exposta, contada, revelada e desnudada em toda a sua verdade e minúcia, como um espelho mágico no qual, mais do que simplesmente estarmos vendo nele reflectido o seu dia a dia nesse tempo e nessa hora, se reflecte afinal o tempo e a hora que também foram a hora e o tempo que nos marcou.

O’Neill dizia que nós, portugueses, temos muito a tendência para “contar a vidinha”, como se ela pudesse afinal interessar aos demais. Só que o Carlos Gil não teve, seguramente, apenas essa preocupação: a de contar a sua “vidinha” – mas, sim, a de contá-la de modo que ela simbolizasse a vida que, dele ou de qualquer um de nós outros, se viveu num tempo e numa hora que não mais poderão voltar, mas que importa que fiquem como um testemunho. Ou como um testamento às gerações que nos sucedam. E esta é também outra das razões – talvez mesmo a maior de todas – porque acho que valeu a pena tê-la escrito e publicado.

Como já disse, não abundam, na nossa literatura mais recente, os livros que documentem a época colonial, sobretudo a de duas ou três décadas que precederam o despertar em força, dessas então ainda colónias, para a sua libertação de forma a emergirem como nações soberanas que hoje são. Carlos Gil teve a coragem e o desassombro de trazer a lume a sua estória, contribuindo assim para que essa lacuna comece rapidamente a desaparecer. Com verdade, acima de tudo com verdade. Sem dourar pílulas nem esbater sombras. Mas também sem negar claridades onde elas de facto existiam. Os testemunhos, quando autênticos, quando sentidos e reais, valem por si mesmos.

“Xicuembo”, todos nós o sabemos – e quem lá não nasceu ou viveu um dia é bom que o fique a saber – é uma daquelas palavras africanas sem tradução possível no linguarejar europeu. Porque sendo Deus, é feitiço; porque sendo o omnipotente é também mistério que aterra, o segredo que envolve, a praga que se abate, o sonho que embala. O sortilégio que marca.

Que outro nome poderia ter este livro, Carlos Gil, senão este mesmo?

GUILHERME DE MELO
Lisboa, 18 de Junho de 2005

sexta-feira, junho 17, 2005

Lançamento livro Xicuembo



Editora: http://www.pedepagina.pt/

Sinópese do livro:
(…) Calcorreei aquelas vielas do caniço, conhecia largos onde se jogava futebol e onde as mamanas e os velhos se juntavam à porta da cantina ou sob uma árvore, sentados, a ver-nos jogar e a discutir o seu mundo, sem que quem passasse a cinquenta metros, na Avenida de Angola, imaginasse o mundo que ficava para além do alcatrão. Um subúrbio imenso, uma outra cidade atrás dos prédios e das avenidas, do rugir do cimento em crescimento e do cosmopolitismo das praias, da beleza das acácias que era substituída por mangueiras e seringueiras, bananeiras e, até, uma ou outra palmeira. (…)

Carlos Gil, de 50 anos, é um entre quase quinhentos mil antigos colonos moçambicanos retornados a Portugal. Desnudando-se na escrita e entrando no Universo dos blogs (http://xicuembo.blogspot.com/), iniciou o Xicuembo como exercício de nostalgia e de memórias pessoais. A sua escrita revela, porém, pela poesia e pureza de sentimentos transcritos, algo comum a quantos o lêem: o amor à vida, independentemente das suas dificuldades, históricas ou quotidianas. Xicuembo é, por isso, um relato de um percurso muito pessoal, mas também capaz de tocar as memórias de todo o povo português.

(…) Não perguntem a um chefe de família moçambicano negro qual a bandeira que queria em 1964, perguntem-lhe, sim, se vivia feliz e permitia-se ter sonhos de esperança para o seu futuro e dos seus filhos. Em 25 de Setembro de 1964, iniciou-se, de armas na mão, a conquista da independência para Moçambique, que teve de manchar com sangue esse caminho. Por surdez e cegueira umbigistas, nessa data o futuro de Moçambique ficou radicalizado, inquinado por germes que produziram, mais tarde, outras datas de má memória. Como consequência do início da luta de libertação armada, a sociedade civil colonial, branca, vê durante dez anos o falso conforto das forças militares darem-lhe apoio na sua prática encapotada de supremacia racial, e a sociedade negra ganha consciência de que pode sonhar com intensidade, pois tem filhos que ousam lutar por esses sonhos até à morte. (…)

Carlos Gil não se fica pelas memórias de juventude. Homem vivido, igual a tantos outros, destaca-se dos demais pela lucidez de raciocínio com que vai analisando também as circunstâncias históricas que, tal como a milhares de portugueses, lhe moldaram a vida. Com uma lágrima presa, como vai dizendo em Xicuembo, mas sem amargura ou com a revolta apaziguada pelas décadas decorridas. Xicuembo é uma demonstração de dignidade de todo um contingente de ex-colonos.

(…) A minha família foi para Moçambique, em 1964, no paquete 'Infante D.Henrique'. Tinha, então, oito anos. Desses aos vinte, vivi tamanha felicidade que, quando parti do aeroporto de Mavalane, no dia 20 de Janeiro de 1976, quatro horas da tarde, deixei para trás um país e um povo e procurei o desconhecido, amputado da esperança e de costas vergadas. (…)

domingo, maio 01, 2005

POEMA À MÂE

A minha mãe já não está cá há muito tempo, mas lembro-a com muita saudade.

POEMA À MÂE

No mais fundo de ti
Eu sei que te traí, mãe.

Tudo porque já não sou
O menino adormecido
No fundo dos teus olhos.

Tudo porque ignoras
Que há leitos onde o frio não se demora
E noites rumorosas de águas matinais.

Por isso, às vezes, as palavras que te digo
São duras, mãe,
E o nosso amor é infeliz.

Tudo porque perdi as rosas brancas
Que apertava junto ao coração
No retrato da moldura.

Se soubesses como ainda amo as rosas,
Talvez não enchesses as horas de pesadelos.

Mas tu esqueceste muita coisa;
Esqueceste que as minhas pernas cresceram,
Que todo o meu corpo cresceu,
E até o meu coração
Ficou enorme, mãe!

Olha - queres ouvir-me? -
Às vezes ainda sou o menino
Que adormeceu nos teus olhos;

Ainda aperto contra o coração
Rosas tão brancas
Como as que tens na moldura;

Ainda oiço a tua voz:
Era uma vez uma princesa
No meio do laranjal...

Mas - tu sabes - a noite é enorme,
E todo o meu corpo cresceu.
Eu saí da moldura,
Dei às aves os meus olhos a beber.

Não me esqueci de nada, mãe.
Guardo a tua voz dentro de mim.
E deixo as rosas.

Boa noite. Eu vou com as aves.

Eugénio de Andrade, Os Amantes sem Dinheiro

quinta-feira, março 17, 2005

Não percam

Recomendo vivamente este Blog:

http://eupadre.blogspot.com/

Se houvesse muitos padres assim era tão bom!!!

quinta-feira, fevereiro 10, 2005

Precisa-se com URGÊNCIA de Dadores de Medula Óssea

Como não posso ser dadora devido ao meu grupo etário,
aqui fica a minha "doação de boa vontade".

=============================================
APENAS PARA PESSOAS ENTRE OS 18 E 45 ANOS
SER DADOR

Porquê ser dador?

A transplantação de medula óssea é uma prática terapêutica reconhecida, que permite muitas vezes a cura de doenças graves e que podem ser frequentemente mortais.

Estas doenças são muito variadas e podem ocorrer quer em adultos quer em crianças. As mais frequentemente citadas são as leucemias, outras há como a aplasia medular (diminuição importante ou ausência na medula óssea das 3 linhas celulares que dão origem aos eritrócitos, leucócitos e plaquetas do sangue periférico), ou ainda algumas imunodeficiências primárias que se manifestam pouco tempo após o nascimento.

Para estas situações, muitas vezes a única esperança de vida é a transplantação de medula óssea com um dador idêntico.

Tal como já foi referido, uma das condições absolutas para o sucesso da transplantação de medula é a compatibilidade tecidular entre dador e receptor. Assim, é preciso transplantar o doente com uma medula óssea tão idêntica quanto possível no que respeita aos marcadores ou antigénios HLA (antigénios de leucócitos humanos).

A pesquisa de um dador compatível orienta-se primeiro para os irmãos do doente mas as famílias numerosas são cada vez mais raras e além disso apenas 1 doente em cada 4 encontra um dador idêntico entre os irmãos, isto é, que tenha herdado as mesmas características tecidulares paternas e maternas.

Por isso, em muitos casos, a única esperança de cura é encontrada em dadores voluntários compatíveis com o doente.

Como ser dador?
Se a sua idade está compreendida entre 18 e 45 anos, se tem boa saúde e gostava de ser dador voluntário de medula, basta que transmita ao CEDACE ou aos Centros de Dadores a sua vontade.

Vai-lhe ser pedido o nome e a morada e irá receber um folheto informativo do processo e um pequeno questionário clínico que deverá preencher e devolver. Esse questionário vai ser depois avaliado por um médico e caso não haja nenhuma contra-indicação vai ser chamado para fazer uns testes que especificamente são os seguintes:

Tipagem HLA_AB DR
Marcadores virais: HbsAg, Anti-HCV, Anti-HIV 1, 2
Estes dados serão guardados numa base informática nacional e internacional e serão usados sempre que um doente nacional ou internacional seja proposto para transplantação de medula óssea.

As várias etapas até à doação

Se o doente não tiver um dador familiar compatível é iniciada uma pesquisa aos registos de dadores. Assim que é identificado um potencial dador compatível, este é informado e, caso aceite, vai prosseguir o processo.

Nessa altura o dador vai ser chamado para fazer testes adicionais de compatibilidade, bem como uma nova avaliação para doenças virais que possa ter tido no espaço de tempo entre a inscrição e a chamada. É este o passo a que chamamos a activação do dador.

Se a avaliação de todos os resultados laboratoriais continuar a considerar o potencial dador como o mais indicado, este vai ser submetido a um exame médico completo e no qual onde pode ainda esclarecer quaisquer dúvidas que tenha sobre o processo de dádiva.

Nesta fase o dador deve estar absolutamente certo da sua decisão de fazer a doação e é-lhe então pedido para assinar um impresso de consentimento informado. A partir desse momento o doente começará a fazer a preparação para a dádiva de células de medula.

De qualquer modo, estar numa base de dados mundial, poderá vir a salvar uma pessoa.Quanto mais pessoas se candidatrem a dadores, mais chances haverá de se salvarem vidas.

Vá lá..............ponham este assunto como IMPORTANTE e PRIORITÁRIO na vossa AGENDA DESTA SEMANA E DA PRÓXIMA.

MOBILIZEM A JUVENTUDE DAS VOSSAS FAMÍLIAS!!!

( Entre os 18 e os 45 anos )

Por favor cliquem no site do Centro de Histocompatibilidade do Sul e preencham o formulário que vos habilita a serem candidatos a dadores de medula.

http://www.chsul.pt/

Cliquem nos itens :

SER DADOR
Formulário de dador

Tenham paciência e percam alguns minutos : imprimam o Formulário e preencham-no.Depois enviem-no.

Também podem ir ao Centro que se situa no Hospital Pulido Valente, entre as 08:00 h e as 16:00 h ( mas as melhores horas são entre as 09:30 e as 15:30 ).

Saem no Metro do Campo Grande.

APENAS PARA PESSOAS ENTRE OS 18 E 45 ANOS

Os números de telefone actualizados do SHCDS são estes e não os que estão no site :

21 750 41 00

21 750 41 04
============================================================================

domingo, janeiro 30, 2005

Canção de Angónia

Visto a camisa lavada
e vou para o contrato.
Quem de nós,
quem de nós irá voltar?
Vinte e quatro luas,
sem ver as mulheres,
sem ver a minha terra,
sem ver o meu boi.
Quem de nós,
Quem de nós irá morrer?
Visto a camisa lavada
e vou para o contrato,
trabalhar lá longe.
Vou para além da montanha,
para lá do mato,
onde some o rio.
Quem de nós,
Quem de nós irá voltar?
Quem de nós,
Quem de nós irá morrer?
Veste a camisa lavada,
e hora de ir ao contrato.
Entra, irmão, no vagão,
vamos andar noite e dia.
Quem de nós.
Quem de nós irá voltar?
Quem de nós,
quem de nós irá morrer?
Quem de nós,
Quem de nós irá voltar
e ver as mulheres,
e ver nossas terras
e ver nossos bois?
Quem de nós irá morrer?
Quem de nós?
Quem de nós?


GOUVEA LEMOS


Biografia
1924-1972

Moçambique

Gouvea Lemos dominava as palavras mas não era muito de se meter a poeta. G.L. foi jornalista muitos anos em Moçambique. Nascido em Lamego, Portugal, foi para Moçambique em 1949 aos 25 anos de idade. Inicialmente começou a trabalhar na área contábil da Textafrica na Soalpo e começou ainda de lá a escrever as suas primeiras linhas como correspondente, da região do Chimoio, para o Diário de Moçambique da Beira, o jornal dos Padres. Depois passou por vários jornais de Moçambique, tendo como um dos grandes feitos ser um dos fundadores do jornal semanal Tribuna, um dos marcos do jornalismo independente de Moçambique colónia. Nos últimos anos de Moçambique foi o Director de Redacção do Noticias da Beira. José Craveirinha, Rui Knopfli, Fernando Couto (pai de Mia Couto) e muitos outros, juntos com G.L. viveram grandes momentos históricos do jornalismo moçambicano.

Em 1972, já cansado da ditadura colonial e das pressões de orgãos como os da PIDE e da censura, resolveu migrar para o Brasil. Já com problemas cardíacos e com a aflição de ter que deixar a sua Pátria adoptada, veio a falecer, três meses após a sua chegada ao Brasil, no Rio de Janeiro. Sei que G.L. nasceu em Portugal mas sei como ele sentia-se Moçambicano e como sofreu pelas injustiças dos tempos da ditadura colonialista. Sei bem disso pois como filho convivi com muitas das suas aflições.
Zé Paulo Gouvea Lemos.



quinta-feira, janeiro 27, 2005

"Nunca Mais" - 60º aniversário da libertação de Auschwitz

Líderes mundiais encontraram-se nesta quinta-feira na Polônia para o aniversário de 60 anos do fim do campo de concentração de Auschwitz. No primeiro evento do dia, 43 chefes de Estado assistiram, em um teatro de Cracóvia, a um filme sobre as péssimas condições em que viviam os prisioneiros da Alemanha nazista.
Em 1945, último ano da 2ª Guerra Mundial, 1500 pessoas eram mortas a cada dois dias nas câmaras de gás. Mais de um milhão de pessoas, a maioria judeus, foram mortas no campo até que o exército soviético libertasse os prisioneiros.

O chefe da missão à época contou em vídeo como tudo aconteceu. O novo presidente da Ucrânia, Viktor Yushchenko, conviveu de perto com o holocausto. O pai dele foi prisioneiro em Auschwitz e contava sempre as histórias sobre o local.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que ninguém tem o direito de ser indiferente ao anti-semitismo. O presidente de Israel, Moshe Katsav, disse que a história do holocausto não pode ser distorcida.

O segundo evento do dia aconteceu no próprio campo de concentração. O frio e a neve deram realismo à comemoração. Nestas condições meteorológicas que os judeus foram libertados. Muitos morreram de frio enquanto fugiam.

O início da cerimônia foi marcada pela reprodução do barulho do trem que levava os prisioneiros até Auschwitz. Sobreviventes do massacre e veteranos do Exército Vermelho soviético acenderam juntos velas para lembrar os mortos. No final da cerimônia, o trilho por onde passava o trem virou um rastro de fogo.

sexta-feira, janeiro 21, 2005

A ordem natural das coisas

Como já escrevi hoje, a vida pode ser muito cabra. Deixo aqui este artigo de uma Amiga dedicado ao único irmão, que morreu.
Paulinha os meus pêsames. Que o teu mano repouse em PAZ.


A ordem natural das coisas

Há certas coisas que deveriam ser, por leis da natureza, imutáveis.
O Inverno deveria ser sempre frio e chuvoso e o Verão quente, por exemplo. Assim saberíamos com o que contar.
Um pai também não deveria ter que passar pela provação de ver morrer um filho; ou uma mãe , no dia em que faz anos, ter de enterrar alguém que fez nascer; ou ainda uma mulher grávida sentir o seu filho mexer dentro do ventre enquanto quem o gerou se apaga para sempre e depois ter que explicar, a duas criaças de oito e cinco anos, porque é que nunca mais vão poder ver o pai.
Não é esta a ordem natural das coisas. Mas a Vida, às vezes, prega-nos partidas destas.

E há que aprender a seguir em frente e ajudar a fechar as feridas de quem sofre mais do que nós, por muito grande que seja a nossa dor. Porque com essa, nós sabemos lidar. Com as recordações, os sorrisos, as brigas, as esperanças, as alegrias.

Que a ansiedade da doença, o pulo de coração de cada vez que o telefone tocava, o ver de dia para dia o sofrimento aumentar, esses acabaram. Pelo menos, em relação a ele.

Adeus, meu querido. Gosto muito de ti. Sempre gostarei.



quinta-feira, janeiro 20, 2005

Blogs a não perder

Dois Blogues interessantissimos.

Aviz
Gávea

domingo, janeiro 09, 2005

No coments



Com a devida vénia aos autores das fotos.

quinta-feira, dezembro 23, 2004

Natal

Votos que todos os dias seja Natal.

quinta-feira, novembro 11, 2004

Arafat

O meu amigo Carlos Gil escreveu este artigo no blog Novo Xicuembo e traduz o que eu penso.
Que haja paz no mundo.


Quinta-feira, Novembro 11, 2004
Arafat
Nos anos 50's um povo adquiriu o direito a uma nação mercê da unidade conseguida em cima duma tenebrosa constatação: eram perseguidos e vistos como estrangeiros em terras onde moravam há gerações, por serem um povo sem terra. Essa nação, Israel, nasceu sob antagonismo de todos os vizinhos, especialmente da Palestina que era de todos o que podia reclamar maior prejuízo pois também tinha as suas aspirações particulares bem sedimentadas.

Mais tarde esse vizinho, poderoso, ocupou e vexou a Palestina e a revolta eclodiu, natural. Arafat surge como líder, como a cara e a voz de unidade dum povo em luta contra um invasor, um opressor estrangeiro que lhe rouba terras e põe soldados a policiar as suas ruas, a revistar as suas casas.

Em 1972 Arafat está na Argélia e recebe como heróis nacionais os terroristas palestinos que acabam de destruir em Munique mais um pouco da paz e dos valores que a viabilizam. A fogueira da barbárie que varre o mundo também foi por ele muitas vezes atiçada, e de cada vez que as suas chamas se erguem há uma geração que cede o sorriso ao esgar do terror, e clama por novas fogueiras de vingança.

Em 1994 recebe o Nobel da Paz em parceria com outro tão suspeito como ele. Foram medalhas políticas e não de valor específico, mas o diálogo fazia-se; as balas esmoreciam e a esperança existia, e isso devia-se também aos seus actos concretos e não a retóricas para serem lidas a milhares de quilómetros.

Arafat era ou passava por ser o diálogo possível, embora se suspeite que virava a cara para o lado quando à porta do seu gabinete passavam os fanáticos com os coletes da morte. Haverá até quem diga que os fomentava (e tanto pode ser verdade como não o ser) e que as suas negativas só se destinavam a soar às portas que lhe interessava encontrar abertas.

Como líder político e militar teve actos mais que censuráveis pelo colectivo humano, criminalizáveis. Como teve outros de valor positivo e que não podem esquecer-se.

Morrerá dentro de dias, horas, nem sei se... Dizem que há uma máquina que o auxilia a respirar mas há olhos a mais fixos nele e nela, num circo de poder e de interesses que é aviltante em todo o lado e mais ainda em volta do leito da morte. Nem Arafat nem ninguém o merece, o homo sapiens tem direito à sua morte com mais dignidade que assistida por uma máquina que tantos olham com fés e interesses tão diferentes.

Arafat não é santo de meu altar pois abomino a chacina de civis, a selvajaria do terrorismo urbano, mas a causa por que ele lutou toda a vida é justa. Também por estes sentimentos contraditórios que sinto ao seu nome e imagem, a sua morte e as condições em que ela está a ser programada, discutida, retalhada, negociada, aviltada! é um espectáculo que me perturba.

Será feito ícone e, como outros doutras lutas, os historiadores se encarregarão de descobrir-lhe os pés de barro e mais o que por lá haja. Mas, para já, merece morrer com dignidade, sem o aviltamento deste circo político e mediático que o rodeia e o asfixia, sem que alguma máquina possa ajudá-lo.

posted by Carlos Gil

segunda-feira, novembro 01, 2004

quarta-feira, outubro 06, 2004

Poema de Brecht

Primeiro prenderam os comunistas,
E eu não disse nada porque não era um comunista.
A seguir prenderam os judeus,
E eu nada disse porque não era um judeu.Logo vieram pelos operários,
E eu nada disse porque não era nem operário nem sindicalista
.E então meteram-se com os católicos,
E nada disse porque eu era protestante.
E quando, finalmente, vieram por mim,
Já não restava nada para protestar.

Bertolt Brecht

sexta-feira, setembro 10, 2004

Carta de um bebé

CARTA DE UM BEBÊ
Oi mamãe, tudo bom?
Eu estou bem, graças a Deus faz apenas alguns dias que você me concebeu em sua barriguinha. Na verdade, não posso explicar como estou feliz em saber que você será minha mamãe, outra coisa que me enche de orgulho é ver o amor com que fui concebido. Tudo parece indicar que eu serei a criança mais feliz do mundo !!!!!!
Mamãe, já passou um mês desde que fui concebido, e já começo a ver como omeu corpinho começa a se formar, quer dizer, não estou tão lindo como você,mas me dê uma oportunidade !!!!!!
Estou muito feliz!!!!!! Mas tem algo que me deixa preocupado... Ultimamente me dei conta de que há algo na sua cabeça que não me deixa dormir, mas tudo bem, isso vai passar, não se desespere.
Mamãe, já passaram dois meses e meio, estou muito feliz com minhas novas mãos e tenho vontade de usá-las para brincar...
Mamãezinha me diga o que foi? Por que você chora tanto todas as noites?? Porque quando você e o papai se encontram, gritam tanto um com o outro? Vocês não me querem mais ou o que?Vou fazer o possível para que me queiram...
Já passaram 3 meses, mamãe, te noto muito deprimida, não entendo o que está acontecendo, estou muito confuso. Hoje de manhã fomos ao médico e ele marcou uma visita amanhã. Não entendo, eu me sinto muito bem.... por acaso você se sente mal mamãe?
Mamãe, já é dia, onde vamos? O que está acontecendo mamãe?? Porque choras??Não chore, não vai acontecer nada...Mamãe, não se deite, ainda são 2 horas da tarde, não tenho sono, quero continuar brincando com minhas mãozinhas.
Ei !!!!!! O que esse tubinho está fazendo na minha casinha?? É um brinquedo novo?? Olha !!!!!! Ei, porque estão sugando minha casa??
Mamãe !!!! Espere, essa é a minha mãozinha!!!!Moço, porque a arrancou?? Não vê que me machuca??
Mamãe, me defenda !!!!!!Mamãe, me ajude !!!!!!!! Não vê que ainda sou muito pequeno para me defender sozinho?? Mãe, a minha perninha, estão arrancando. Diga para eles pararem,juro a você que vou me comportar bem e que não vou mais te chutar.Como é possível que um ser humano possa fazer isso comigo? Ele vai ver só quando eu for grande e forte.....ai.....mamãe, já não consigo mais... ai...mamãe, mamãe, me ajude...
Mamãe, já se passaram 17 anos desde aquele dia, e eu daqui de cima observo como ainda te machuca ter tomado aquela decisão.
Por favor, não chore,lembre-seque te amo muito e que estarei aqui te esperando com muitos abraços e beijos.
Te amo muito Seu bebê.